O Pássaro Que Enganou o Gato: Certo dia, um gato muito sabichão caminhava sobre o telhado de uma casa, quando avistou um canarinho assobiando, em um fio da rede elétrica.
“Ei! Belo pássaro cantor, já sabe da novidade?” Disse o bichano olhando para o alto.
“Que novidade?” Perguntou o passarinho, já então desconfiado.
“Uma nova lei foi aprovada… Agora todos os bichos terão de ser amigos, não haverá mais rivalidade, nem presas, nem predadores e todos terão que viver em harmonia”.
“Sério?!!” Questionou o canário.
“Sim, e para comemorar, voe até aqui e venha-me dar um abraço, sejamos amigos!”.
“Tudo bem” disse o canário, ”Vou pousar próximo à casinha do Rex, aquele grande pastor alemão ali no quintal e então nos abraçaremos e comemoraremos os três juntos”.
Ouvindo isto, o felino saltou tentando agarrar o pássaro, que voou rapidamente e gargalhou do gato.
“Lei nova… ha, ha, ha, ha!!!
O gato saiu frustrado e resmungando, pois não contava com a astúcia do pequeno pássaro.
O gato, conhecido por sua sagacidade, não se dava por vencido facilmente. Ele, decidido a mostrar sua esperteza, traçou um plano para vingar-se do passarinho que o enganara.
Na manhã seguinte, o gato encontrou uma coruja sábia e astuta, famosa por conhecer todos os segredos da floresta. O felino confidenciou seu desejo de pregar uma peça no canarinho e pediu a ajuda da coruja.
A coruja, curiosa com a trama do gato, concordou em participar, mas com uma condição: que o gato a ajudasse a conseguir uma fruta especial, a única capaz de curar a dor de um antigo ferimento em sua asa.
O gato, ciente da importância da colaboração, correu até a floresta e, após uma busca exaustiva, encontrou a árvore mágica que produzia essa fruta especial. Com muita habilidade, conseguiu a fruta e voltou à coruja, entregando-a com cuidado.
Então em troca, a coruja ensinou ao gato um truque astuto: a arte da paciência.
Ela explicou como a astúcia poderia ser usada de forma mais sutil e inteligente, e que nem sempre a rapidez era a melhor estratégia. O gato, absorvendo os ensinamentos da coruja, agradeceu e prometeu aplicar esse novo conhecimento em suas futuras artimanhas.
Juntos, gato e coruja tramaram um plano engenhoso para o canarinho. Logo, criaram um ambiente que aparentava a concretização da tal lei de harmonia entre os animais. Montaram uma encenação onde presas e predadores conviviam pacificamente, compartilhando o mesmo espaço sem ameaças.
Ao observar isso de longe, o canarinho ficou espantado e, aos poucos, convencido de que a nova lei era verdadeira. Ele voou até lá, confiante na suposta segurança que o local oferecia, sem desconfiar do plano urdido pelo gato e pela coruja.
Assim que o passarinho pousou, a encenação desmoronou.
O gato, seguindo o conselho da coruja, agiu com calma e paciência. Ele se aproximou do canarinho sem alarde, convidando-o para um abraço amistoso, mas, ao invés de tentar agarrá-lo, murmurou palavras de desculpas e agradeceu pela lição que o passarinho lhe ensinara.
O canarinho, surpreso com a mudança de atitude do gato, percebeu que havia subestimado a astúcia do felino. Uma risada suave escapou de seus lábios, reconhecendo a inteligência por trás daquele gesto inesperado.
A partir desse dia, os três, gato, coruja e canarinho, desenvolveram uma amizade incomum, baseada no respeito mútuo e na compreensão de que, por vezes, a sabedoria estava em driblar as aparências e surpreender com ações inesperadas.
E juntos, começaram a explorar novas aventuras e desafios na floresta, aprendendo uns com os outros a cada passo do caminho.
(Enviado por Wallistein – Site Bebe Atual)
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