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Micha no mistério da Páscoa – Um Novo Dia

Quando Micha, no mistério da Páscoa acordou na manhã seguinte, já era dia claro. Esfregou os olhos e sentou-se na cama. Rebeca e Ariel há muito que estavam acorda- dos, Miriam e Ester também. Só Daniel, ao lado dele, dormia profundamente. A pouco e pouco, Micha lembrou-se do dia anterior e da noite.

Acordou então por completo quando se lembrou do que acontecera a Jesus. Agora estava a lembrar-se novamente das muitas pessoas que tinham estado em casa deles, das suas preocupações e medos. E não pôde deixar de pensar em João, que tinha voltado a fugir durante a noite. Em nada lhe parecera o alegre João que ainda ontem de manhã tinha sido.

Micha fechou os olhos outra vez. Mas agora iria voltar a acordar e tudo não passaria de um pesadelo. No entanto, quando reabriu os olhos, nada mudara. Não era sonho. Tinha de facto vivido aquela noite má!

Daniel, ao seu lado, sentou-se na cama, muito calado.

Então de repente, tapou as mãos com a cara e começou a chorar. Marta e Rute foram ter com eles ao quarto. Marta apertou Daniel com força contra si e baloiçava-se de um lado para o outro. Micha também se apertava contra a mãe.

– Eles têm de libertar Jesus — dizia Rute, tentando que a voz soasse confiante e esperançosa. — Ele não fez nada de mal.

– Só disse e fez o que Deus quis que fizesse — acrescentou Marta. — Jesus curou doentes, deu de comer a quem tinha fome e falou aos homens sobre o grande amor de Deus.

– Não, não podem julgá-lo e matá-lo — disse Micha com determinação.

– Não digas coisas tão horríveis — repreendeu-o a mãe.

– Mas ele próprio disse que tinha de morrer — respondeu Micha em voz baixa.

Quando de se levantaram e Rute lhes serviu pão, mel e leite, repararam que todos os outros já lá não estavam. Só Miriam com a mãe, Madalena.

– Todos têm amigos e familiares na cidade — explicou Rute. — Nos próximos dias vão ficar albergados em casa deles. Já foram embora de manhã cedo.

E a mãe convidou Miriam e a mãe, Madalena, a ficarem em nossa casa! — exclamou Ester. Viraram-se todos para ela e viram o quanto se alegrava com aquilo.

Quando o Daniel estiver pronto, também temos de ir em embora — disse Tomás, que se sentou à mesa com Jonatan.

Tinham estado a falar um com o outro em voz baixa e só agora repararam que os dois rapazes tinham entrado.

– Não! — exclamaram Micha e Daniel ao mesmo tempo.

– Não pode ser — disse Micha. E Daniel fez coro: — Eu quero ficar aqui.

Os vossos avós vão ficar zangados se os netos não quiserem morar com eles!

Mas Marta estava mesmo descontente.

– Estão a contar que vamos agora todos morar em casa deles — confirmou Tomás.

– Mas os teus pais têm razão — disse Jonatan a Daniel.

– Vocês podem visitar-se um ao outro todos os dias — disse Rute.

– Os avós têm mais netos — exclamou Micha de repente e riu-se da sua própria ideia. — Talvez fiquem ainda mais contentes se agora dormirem três netos em casa deles.

– E nós precisamos de muito pouco espaço — acrescentou Daniel. — Apertamo-nos todos uns contra os outros.

Rute riu-se

Vai e pergunta se também podes dormir em casa deles — disse a Micha, fazendo-lhe uma festa na cabeça. — Hoje estamos todos convidados a ir comer outra vez a casa deles. Depois perguntamos aos avós.

Virou-se para Miriam e para a mãe:

– Venham também!

Será que o avô ainda estava zangado com o tio Tomás? Micha não gostava nada de se lembrar da discussão. Será que o tio David ia voltar a pegar-se com o pai? Era bom que Miriam e a mãe também fossem. Se houvesse desconhecidos à mesa, de certeza que não iriam começar a discutir.

Rolf Krenzer Micha und das Osterwunder Stuttgart, Gabriel Verlag, 2003 Traduzido e adaptado

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