Quando estou triste sinto-me como… uma flor que precisa de ser regada… um arco-íris que perdeu as cores… um palhaço que não consegue sorrir.
Quando estou triste deixo-me estar deitado na cama; não quero falar com ninguém… escondo-me na casinha de brincar… abraço o meu ursinho.
Há muitas coisas que me põem triste. Quando a minha melhor amiga muda de casa para longe, fico triste. Mas sei que vai ser ótimo receber montes de cartas.
Quando o meu cão não está bom e o veterinário diz:
– Ele está a ficar velho, sabes. — Fico triste. Mas lembro-me de como nos divertimos os dois.
Quando à noite a Mãe e o Pai discutem e eu, lá em cima, os ouço a falar muito alto, fico triste.
Mas no dia seguinte eles sorriem e estão outra vez alegres.
– Desculpa, não foi nada. Às vezes até os adultos discutem.
Quando me despeço da Avó na estação e sei que não a vou ver durante uns tempos, ficamos os dois tristes. Então eu dou-lhe um abraço mesmo apertadinho e sentimo-nos logo os dois melhor!
Quando todos os meus amigos são convidados para uma festa e eu não, sinto-me posto de lado e fico triste. Então faço eu uma festa para os meus brinquedos todos!
Quando na escola faço um desenho mesmo bonito e depois outro menino o estraga, fico triste e um bocadinho zangado! Mas penso que da próxima vez vou fazer um ainda melhor.
Quando ando triste, sinto-me melhor se contar os meus problemas ao Avô. Sinto-me melhor se fizer um puzzle ou se vir um programa engraçado na televisão.
Mas sinto ainda melhor se pensar numa coisa boa que vai acontecer. Me sinto melhor se puder fazer uma coisa simpática a alguém.
Mas às vezes eu também faço coisas que levam os outros a ficarem tristes…
Se eu chamar nomes aos outros…
Ou se eu for mau e não me ralar com as outras pessoas.
Se eu disser coisas sem pensar, a Mãe ou o Pai podem ficar tristes. Se eu não deixar um amigo entrar no jogo, ele pode ficar triste.
Toda a gente às vezes está assim. Mas se falarmos do que nos fez ficar tristes e pensarmos nas coisas boas que temos… então se calhar conseguimos mandar embora a tristeza.
Experimenta este remédio se andas triste, aborrecido: franze a testa ao contrário, verás logo um sorriso!
Brian Moses
Lisboa, Editorial Caminho, 1994
Texto adaptado