Existe uma árvore do avô no fundo do jardim da Luísa. É uma macieira. O Vítor, irmão da Luísa, disse que começou como semente e que cresceu e cresceu.
E então disse também que essa árvore, onde brincavam com o avô, Há-de lá estar para sempre.
Mas o avô deles Também já foi bebê, e cresceu.
O Vítor diz que ele ia à escola, que trepava aos coqueiros, E via o mar lá do alto.
Então quando já era crescido, casou com a avó. E foi pai da nossa mãe; E da tia Melissa. E do tio Vítor e nosso avô.
É a vida — dizia ele.
Na Primavera, a macieira fica coberta de flores.
No Verão, crescem as maçãs.
E no Outono, caem as folhas.
No Inverno, fica coberta de neve.
Às vezes, as coisas morrem, como as árvores, como as pessoas, como o avô.
Mas não vão embora Para sempre. Permanecem…
Porque as recordamos.
A Luísa plantou uma semente, para o avô, mesmo junto da macieira. Quando está triste, o Vítor pega-lhe na mão, e regam juntos a semente.
E a semente há-de crescer, e crescer, e mudar, mudar muito. E hão-de amá-la sempre e para sempre… Como sempre amarão o avô.
Trish Cooke
The Grandad tree London, Walker Books, 2001 tradução e adaptação