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O Avô Faz Batota

Numa tarde ensolarada, Oliver estava cheio de energia e animação. Com um brilho nos olhos, ele se aproximou do avô com um pedido entusiasmado:

Anda, vamos jogar qualquer coisa — pede Oliver.

O avô, sorrindo, respondeu prontamente:

Por mim… a que queres jogar?

Oliver ponderou por um momento e então declarou com determinação:

Ao jogo do assalto.

O avô, com um toque de curiosidade, tentou propor outra alternativa:

Não preferes mostrar-me, então, o teu jogo de computador?

Mas Oliver, embora com um sorriso travesso nos lábios, recusou a sugestão do avô com um suspiro de descrença:

Tu não percebes nada daquilo, vô!

Enquanto o avô refletia sobre a resposta de Oliver, o garoto secretamente pensava: “E até é bem simples. Só tem de se carregar nos botões certos.” No entanto, ele não tinha vontade de explicar tudo ao velho homem uma e outra vez.

Com um brilho de confiança nos olhos, o avô interrompeu o silêncio:

Ao gamão eu sou invencível.

Era como se estivesse se preparando para um desafio épico. O tabuleiro com as pedras brancas e pretas trazia consigo memórias da infância do avô.

É dos jogos mais antigos do mundo — explicou ele, enquanto as pedras repousavam em suas mãos, cheias de história. — Já os egípcios o conheciam.

Oliver observou atentamente o jogo, enquanto o avô executava um movimento hábil, fazendo um duplo assalto e capturando duas pedras.

Apesar da careta momentânea de desapontamento, Oliver conseguiu manter a compostura. O avô olhou para ele com um sorriso travesso:

Perdeste — disse com orgulho. — Agora vamos à desforra!

O desafio estava lançado e o entusiasmo no ar era palpável. No entanto, à medida que o jogo avançava, o avô, surpreendentemente, começou a cometer uma série de erros. Oliver não pôde conter sua felicidade ao ver as oportunidades se desdobrarem à sua frente.

No terceiro jogo, quando Oliver mais uma vez conseguiu capturar as pedras do avô, uma após a outra, uma pontinha de desconfiança surgiu em sua mente:

Estás a fazer batota — disse ele finalmente, com um olhar inquisitivo.

O avô, com um ar inocente, defendeu-se com firmeza:

Isso é o que tu pensas. Eu a fazer batota para perder? Só se faz batota, portanto, para ganhar.

Oliver, tocado pela honestidade e pela teimosia dele, subiu para o colo do velho homem e o abraçou com carinho.

Queres parar de jogar então? — perguntou ele, preocupado com o desânimo do neto.

Oliver, com um sorriso sincero, respondeu:

Não — respondeu Oliver, com os olhos brilhando de alegria. — Da próxima vez deixo-te ganhar.

E assim, entre risadas e abraços, o avô e Oliver continuaram a desfrutar de seu precioso tempo juntos, aprendendo não apenas a jogar, mas também sobre o valor da honestidade e da compreensão mútua.

Max Bolliger 30 Geschichten zum Verschenken Lahr, Verlag Ernst Kaufmann, 1991
Tradução e adaptação

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