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Brincando Juntas

Júlia está sentada na praia, mas não está brincando junto com nuinguém. O pai e a mãe estão deitados nas toalhas às cores, a ler debaixo do guarda-sol.

  • Deixa-nos em paz por uma hora — dizem eles.

Júlia vai procurar conchas mas não encontra nenhumas. Preferia estar em casa com os meninos que já conhece e com quem pode falar. Nunca mais acabam as férias!

De repente rola-lhe uma bola aos pés. É a bola de uma menina que está a rir-se para Júlia.

  • Io sono la Rosanna — diz ela. Júlia responde-lhe ao riso.
  • E eu chamo-me Júlia.

Júlia e Rosanna comem juntas um gelado. Trocam as toucas de banho, atiram a bola uma à outra, constroem um castelo e escrevem os nomes na areia.

Júlia e Rosanna falam línguas diferentes mas, apesar disso, entendem-se. E conseguem brincar juntas.

Então à medida que o sol dançava no horizonte, Júlia e Rosanna exploravam a praia com a alegria de duas amigas que se conheciam há anos. Trocaram histórias sobre os seus lugares favoritos em casa e riram-se das diferenças entre as suas línguas.

  • No meu bairro, temos um parque incrível com um enorme baloiço — partilhou Júlia, animada. Rosanna sorriu, tentando imaginar o lugar mágico descrito pela nova amiga.
  • Io amo i parchi! – exclamou Rosanna, mostrando a sua paixão pelos parques também. Não era preciso entender cada palavra, pois a expressão radiante no rosto de ambas dizia tudo.

Enquanto os adultos ainda aproveitavam o tempo de leitura sob o guarda-sol, Júlia e Rosanna continuavam a sua própria aventura. Encontraram conchas, estrelas do mar e até um caranguejo brincalhão. A praia estava repleta de tesouros à espera de serem descobertos.

  • Mira! – gritou Rosanna, segurando uma concha especialmente brilhante. Júlia olhou com admiração para o presente que a nova amiga tinha encontrado. Com um sorriso, Rosanna colocou a concha nas mãos de Júlia, como um símbolo de amizade.
Então à medida que a tarde avançava, Júlia e Rosanna decidiram desafiar as ondas do mar. Com gritos de alegria e os pés encharcados de água salgada, correram pela areia, aproveitando cada momento.

Ao voltarem para a toalha, com o sol a tingir o céu de laranja, os pais de Júlia olharam para elas com admiração. Parecia que Júlia tinha encontrado uma verdadeira amiga naquela praia distante.

Quando o sol finalmente se pôs no horizonte, Júlia e Rosanna trocaram um olhar de cumplicidade, sabendo que aquele encontro especial ficaria para sempre nos seus corações. Com um abraço apertado, prometeram manter contato, apesar das milhas que as separavam em casa.

Naquelas férias, Júlia aprendeu, portanto, que a amizade não conhece fronteiras, e que mesmo as barreiras linguísticas podem ser superadas com um pouco de paciência e muita diversão. E assim, ao som das ondas quebrando suavemente na praia, Júlia adormeceu com um sorriso, grata pela nova amiga que encontrara naquelas férias aparentemente intermináveis.

Max Bolliger 30 Geschichten zum Verschenken Lahr, Verlag Ernst Kaufmann, 1991
Tradução e adaptação

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