back to top

Zinho, O Detetive

Zinho, o detetive estava em seu quarto arrumando suas coisas de detetive, quando ouviu um grito pavoroso:

  • Aaaiiiii!

Zinho saltou da cama, portanto, pegou sua lupa e seu chapéu, e abriu a porta do seu quarto. Daí ouviu o grito de novo:

  • Aaaiiiii!

Zinho quase se assustou. Mas aí lembrou-se que um verdadeiro detetive não se assusta. Engoliu o susto em seco e pegou um desentupidor de pia que estava no corredor. Com o desentupidor debaixo do braço ele se sentiu mais confiante para enfrentar aquela ameaça terrível. E pôs-se a investigar de onde viriam os gritos.

  • Aaaiiiii!

Era o grito pavoroso de novo. Zinho já estava no alto da escada quando decidiu pegar mais uma arma: entrou no quarto da mãe e saiu de lá com um sutiã na mão para usar como se fosse estilingue. Testou o suti-estilingue e… funcionava. Lançou uma bola de meia longe.

Então a bola bateu no espelho do corredor, voltou e bateu na cabeça de Zinho, que ficou meio atordoado.

O que mostrava que o suti-estilingue funcionava.

  • Aaaiiiii!

Quanto mais descia a escada mais pavoroso o grito ficava. E o detetive Zinho resolveu se armar de um tênis largado pelo irmão mais velho bem no pé da escada. O tênis estava muito sujo e Zinho fez a besteira de cheirar o tênis do irmão.

  • Arrgghh! Que chulé! – disse Zinho tapando o nariz.

Era mais uma arma perfeita contra o que quer que fosse que estava causando aqueles gritos de medo. E então por falar em grito:

  • Aaaiiiii!

Passando pelo banheiro no corredor o detetive Zinho entrou.

Pelo barulho que fez deve ter derrubado um monte de coisas lá dentro.

E saiu armado de papel higiênico (pra amarrar o inimigo), uma escova de dentes (caso ele esteja com mau hálito) e um rodo (que podia ser usado como espada ou coisa assim).

Carregado com todos esses apetrechos o detetive Zinho ouviu novamente:

  • Aaaaaahhhhhh!

O grito tinha ficado ainda mais pavoroso. E finalmente Zinho pode identificar de onde vinha o grito: da cozinha.

Aproximou-se com cuidado da porta da cozinha, que estava fechada. O detetive Zinho ainda se lembrou de pegar um espanador que estava numa mesinha perto da porta. Por um segundo ou dois hesitou. Devia mesmo entrar? Que terríveis perigos o aguardavam atrás daquela porta.

  • Aaaaahhhhhhhh!

Quando ouviu esse último grito não teve dúvidas: ele ia fazer o que tinha vindo fazer. E chutou a porta da cozinha com tanta força que ela se abriu estrondosamente.

Pode ver então sua irmã mais velha em cima de uma cadeira.

A irmã olhava para o lado e deu mais um grito horripilante:

  • Socoorroooo!

Que terríveis monstros marcianos atacavam a cozinha querendo raptar sua irmã? Perversos bandidos assaltavam a casa em busca dos doces que sua mãe tinha feito para o jantar? Por fim, como são cruéis monstros sanguinários invadiam a casa prontos para sugar todo o leite da geladeira até a morte?

O detetive Zinho tentou manter a calma. E reparou que sua irmã olhava para baixo. Estalou os dedos e concluiu brilhantemente:

Ahá! O que está assustando minha irmã deve estar no chão!

Então o detetive aproximou-se do ser maligno que estava causando todo esse terror em sua parente tão próxima. Armado com todos os objetos que pegou pela casa ele não tinha medo, não podia falhar.

E foi então que ele chegou bem perto e pode ver, ali no chão limpo da cozinha… uma barata.

(Emílio Carlos)

guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Mais Historinhas

Micha no mistério da Páscoa – Um Novo Dia

Quando Micha, no mistério da Páscoa acordou na manhã seguinte, já era dia claro. Esfregou os olhos e sentou-se na cama. Rebeca e Ariel...

É Possível

Pessoas corajosas costumam refletir muito sobre um assunto, para então perguntar: "Será que esta é a melhor maneira?" Os covardes, por outro lado, sempre...

Estou Triste

Quando estou triste sinto-me como… uma flor que precisa de ser regada… um arco-íris que perdeu as cores… um palhaço que não consegue sorrir. Quando...

Os Três Porquinhos

Era uma vez uma linda casa de tijolos que ficava no alto de um morro. Nessa casa vivia uma família de porcos. Moravam lá...

O Flautista de Hamelin

Era uma vez uma pequena e rica cidade chamada Hamelin, onde havia um flautista. Lá, seus moradores aproveitavam todos os luxos da vida. Eles...

A Cama Na Árvore

A Cama Na Árvore: A casa do ursinho Matias era uma árvore na margem de um lago. Morava lá há muito tempo, e dantes...

O Soldadinho de Chumbo

Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o...

O Coelho da Páscoa

Os coelhos da Páscoa não existem! Pelo menos é o que muita gente pensa. E dizem: Um coelho é um coelho, quer esteja na coelheira ou...