Era uma vez, em uma clareira ensolarada da floresta, uma lebre que vivia se gabando de sua velocidade. Corria de um lado para o outro, saltava diante dos outros animais e sempre dizia: “Ninguém aqui é mais rápido do que eu!
Se quiserem, desafio qualquer um para uma corrida”. Os bichos, acostumados à sua arrogância, já nem davam mais atenção. Mas a tartaruga, que era calma e silenciosa, cansou de ouvir tanta soberba e disse: “Pois bem, lebre, eu aceito o desafio”.
Todos os animais caíram na risada. “A tartaruga contra a lebre? Isso vai ser fácil demais!”, zombavam. A lebre também achou engraçado, mas aceitou de bom grado, querendo mostrar a todos que era a campeã indiscutível da floresta. No dia marcado, todos os animais se reuniram para assistir. O corvo foi escolhido para dar a largada.
Quando o sinal foi dado, a lebre disparou como um raio, deixando a tartaruga muito para trás. Corria e saltava com graça, enquanto a pobre tartaruga avançava devagar, passo após passo, sem parar. Depois de um tempo, a lebre olhou para trás e não viu sinal da adversária. Orgulhosa, pensou: “Essa corrida já é minha. Ela nunca vai me alcançar”. Procurou uma sombra fresca debaixo de uma árvore e decidiu descansar um pouco. Primeiro deitou-se, depois cochilou e, por fim, adormeceu profundamente.
Enquanto isso, a tartaruga seguia firme. Não corria, não saltava, mas também não parava. Cada passo era pequeno, mas constante. O tempo foi passando e, pouco a pouco, ela se aproximou do ponto onde a lebre dormia. Os animais que assistiam ficaram impressionados com sua determinação.
Quando a lebre acordou e se espreguiçou, percebeu que havia dormido demais. Correu em disparada, confiante de que ainda teria tempo de vencer. Mas, para seu espanto, viu a tartaruga já muito próxima da linha de chegada. Fez o possível para alcançá-la, mas era tarde demais. Com o último esforço, a tartaruga cruzou a linha primeiro, vencendo a corrida.
Todos os animais da floresta aplaudiram e comemoraram. A lebre, envergonhada, abaixou a cabeça e nunca mais se gabou de sua velocidade. A tartaruga, orgulhosa mas humilde, apenas disse: “Não é a pressa que garante a vitória, mas a constância e a determinação”.