História Eu Tenho um Tigre:
– Eu tenho um cão — diz Tobias.
– Eu tenho um porquinho-da-índia — diz Ana.
– E nós temos um gato! — exclama Sandra.
– E eu tenho uma tartaruga — diz Fernando.
– Nós temos peixes e um coelho! — exclama Marco.
– E eu tenho dois canários — diz Jorge.
– E eu tenho um hamster que se chama Fips — diz Catarina.
– O meu cão chama-se Bola.
– O meu porquinho-da-índia gosta de se esconder.
– O nosso gato brinca comigo.
– A tartaruga hiberna.
– Por fim, durante a noite, o coelho vai para debaixo da minha cama.
Todas as crianças falam numa grande confusão. Só que Mário está sentado em silêncio a ouvir.
– E eu — diz de repente — eu tenho um tigre que dorme na minha cama.
– O Mário está maluco! — exclama então Catarina. As crianças desatam à gargalhada. Não acreditamos.
– Mas é verdade — diz Mário. — Amanhã vou trazê-lo para a escola. Só que é de pano, foi a minha mãe que me fez.
O dia seguinte na escola era aguardado com grande expectativa. Mário, determinado a provar que tinha um tigre de pano como animal de estimação, chegou com um sorriso confiante.
Enquanto as crianças se preparavam para as aulas, Mário, com sua mochila cheia de surpresas, esperava ansiosamente pelo momento certo para revelar seu tigre.
Quando o intervalo chegou, Mário pediu a todos que o seguissem até o pátio da escola. Com um brilho travesso nos olhos, ele abriu a mochila e cuidadosamente tirou de lá um tigre de pano muito realista e bem feito.
As crianças, inicialmente céticas, observaram surpresas o tigre de Mário. Seus olhos de botão brilhavam, suas listras eram detalhadas e sua pelagem de algodão macio. Era realmente um trabalho impressionante de artesanato.
As expressões de incredulidade se transformaram em admiração e encantamento.
Os colegas de classe começaram a se aproximar para acariciar o tigre e elogiaram o trabalho artístico da mãe de Mário.
Então, para surpresa de todos, Mário começou a narrar histórias fantásticas sobre seu tigre. Ele descreveu aventuras imaginárias em florestas exuberantes e montanhas majestosas, sempre com seu fiel companheiro de pano ao seu lado.
As crianças, envolvidas pela criatividade de Mário, começaram a compartilhar suas próprias histórias sobre animais de estimação. Alguns falavam sobre bichos de pelúcia que tinham desde bebês, outros sobre animais fictícios que criaram em suas mentes.
A professora, observando a empolgação e criatividade das crianças, decidiu transformar aquele momento em uma atividade. Ela propôs que cada aluno trouxesse seu animal de estimação (real ou imaginário) para a escola no dia seguinte, para compartilhar histórias e curiosidades sobre eles.
Assim, a sala de aula ganhou um ar mágico, com crianças trazendo desde bichinhos de pelúcia a desenhos e histórias sobre animais imaginários.
Mário, orgulhoso do seu tigre de pano, percebeu então que a imaginação e a criatividade podiam transformar algo simples em algo extraordinário, unindo todos ao redor de suas histórias e fantasias.
Traduzido e adaptado Max Bolliger | 30 Geschichten zum Verschenken Lahr,
Verlag Ernst Kaufmann, 1991, modificado.