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Os Gênios do Parque

Os gênios do Parque: O Paulo tivera uma nota má na escola e era o pior aluno da sua turma. Ele queria muito ter boas notas, mas não conseguia aprender o suficiente para isso. Preferia brincar, ver televisão ou simplesmente sonhar olhando para as nuvens.

Ao voltar para casa, o Paulo encontrou um lindo esquilo que lhe pediu se partia uma noz grande. O Paulo partiu a noz com o pé e entregou-a ao esquilo que lhe disse:

Eu sou um gênio do parque e, como tu foste amável comigo, vou ajudar-te com os teus estudos. Esta noite, lerás três vezes a lição e amanhã terás uma boa nota.

O Paulo agradeceu ao esquilo, voltou para casa e, bem sentado na sua secretária, leu três vezes a lição. No dia seguinte leu a lição na escola sem dificuldade e a professora deu-lhe uma boa nota.

No dia seguinte, o Paulo viu uma rã cheia de areia no caminho. Pegou nela e pousou-a delicadamente sobre uma grande folha de nenúfar no lago do parque.

Eu sou um gênio do parque — disse-lhe a rã. — Eu não podia saltar e tu ajudaste-me. Para te agradecer, vou ajudar-te nos estudos. Esta noite, lerás três vezes o texto e amanhã terás uma boa nota.

O Paulo voltou depressa para casa e leu três vezes o texto. No dia seguinte, o Paulo teve a melhor nota da turma e recebeu ainda felicitações por parte da professora.

Alguns dias mais tarde, um pequeno pintarroxo pediu ao Paulo que colocasse no seu ninho um pedaço de pão demasiado pesado para ele. O Paulo assim fez.

Eu sou um gênio do parque — disse-lhe o pintarroxo. — Como foste bondoso comigo vou ajudar-te na tua lição de geografia. Esta noite, lerás três vezes a lição e amanhã terás uma boa nota.

Como das outras vezes, o Paulo obedeceu ao pássaro e leu três vezes a sua lição e, como de costume, obteve uma boa nota.

Nos dias seguintes, o Paulo continuou a atravessar o parque sempre que voltava para casa, mas não encontrou mais nenhum gênio. Apesar de tudo, para lhes agradar, continuou a ler, todas as noites, três vezes as suas lições e no fim do mês era já o melhor aluno da sua turma. A professora apresentou-o aos outros como exemplo de aluno aplicado e explicou a todos que é preciso ler as lições todos os dias para ter bons resultados.

Sempre que o Paulo vê um esquilo, uma rã ou um pintarroxo, pensa nos gênios do parque e agradece-lhes por o terem encorajado a estudar. Agora, o Paulo já não precisa da ajuda deles, pois sente-se capaz de ter sucesso apenas com a sua força de vontade.

Mireille Saver Histórias para sonhar
Porto, Civilização Editora, 2004

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